Pra matar a saudade, um texto das antigas...
Jaz no passado a percepção de um ideal voluntário às carências sentidas pela moldura do corpo; o coração é a arma mais completa no que se refere à realidade. Futuro de uma premissa real, o coagir do corpo pela fragilidade é aceitar a implantação dos sonhos no realismo de um livro de cabeceira - atraente, sedutor e confidente - real e virtual em suas entrelinhas, conciso e perfeito pela sua "capa"...
...No presente dado está o passado sucumbindo no contemporâneo afetivo: o saber de antes é a certeza do amanhecer...o por do sol se torna moldurável e o seu nascer cenário de uma obra bastante valiosa...a vida, os atos, a afeição e o encanto.
Voltando ao princípio, verdade que se preza é eleger a insanidade como tutora do ministrar de aulas de percepção...Túnel este que eleva a gratificação da compreensão e curiosidade...O que será? Algo revelador? Preceito de um princípio? Apenas o idealismo de uma situação, prazerosa pelo seu zelo e imprescindível para vida, de um, de outro, do tudo e do nada...Atores como personagens de um passado até hoje válido...História de um cálice tomado como troféu e compensação de um ato? Será? Que a vida se vanglorie através de oportunidades ocasionais...
...Que angústia, tal vida, dolorosa apesar de compensadora...caminhamos através de veredas buscando a liberdade de sentir a "morte"; que paisagem, tanto a do interno como a do céu em direção ao penhasco...caráter louco de uma pessoa perdida, que achava não encontrar valor no Nada e se enganava pelo Tudo...
...Suicídio louco o forjar do desespero, e logo o pular...sem o desfalecer da alma é mais divertido...alguém entrou numa imensidão negra...quem entende o quê...era a "morte" ou a vida...era a resposta da vida para esta suposta póstuma idéia...
...No escuro se encontrou perdido...para onde olhar...o que pensar...a coerência é a procura do virtuoso, do moral e do real...quanta agonia...luz, encontramos a razão, o foco de luz mediante a escuridão, a saída, a verdade, o amor de se ter a esperança no apaixonar da alma...
...Quantas perguntas, quanta vontade de amar, quero saber o ideal, quero viver o virtual no concreto...que a luz venha e nos sucumba...força, informação, paz...energia pura...vontade de se auto responder...a questão é o anseio por uma vontade desejada, a de uma celebração pelo dilema de tal "morte", energia que se solidifica num túnel de idéias...o Túnel da Percepção...o condensar de todas as idéias, todas as virtudes e iniqüidades presentes em todos...a libertinagem do pensar sendo revelada pela necessidade. A energia da informação, o emerger da "cultura sentimental", o buscar da realidade própria, individual, relacional, emocional, sexual e cultural...são as idéias de uma vida caminhando à uma velocidade fantástica...diferenciadas pelas suas formulações, funções e objetivos...é a vida sendo esclarecida.
Quanta coisa...seria loucura...vários ideais de vida caminhando lado a lado com este importuno mar de realizações...sendo uma idéia superior à outra numa progressão geométrica infinita de soluções...Será o caminhar para a perfeição através de uma mente intorpecida? Seriam várias pessoas concorrendo a um cargo medíocre onde o eleito é o idiota-mor? Que loucura...é a vida sendo consolidada pelo dia-a-dia, decisões, decepções e realizações que na sua gradatividade unem pessoas com afinidades comuns.
...Tendo agora a razão de uma perfeição assimilada...ou seria dissimulada...caminhou-se para o interior do cárcere celebrado pelo casulo onde todos insistem em viver...seria fácil voltar as veredas da justiça, aonde está o penhasco, a solidão, a vida...se jogaria ao chão agora? Desmaiaria de paixão e realização? Quanta insanidade é o pensamento de pássaros criados nas gaiolas impostas...cadê a liberdade, cadê a realidade...após o túnel abre-se o portal para o desconhecido e o rasgar dos céus se torna uma experiência nunca antes vivida...sempre almejada e agora adequada...peças que o significante caminhar pelas ruas do inconsciente sentimental nos pregam em prol da felicidade...o novo, o amor, a paixão...a vontade e o desejo sendo diferentes em tudo...é possível viver agora...a explosão de uma vida é caminhar a cada dia dentro de uma profunda floresta de desejos...lá somos recepcionados por duendes e nos embriagarmos pela felicidade de caminharmos juntos à mesa das ervas proibidas...a paixão, o amor e a realização...Live and let die or killing yorself to live...!
(*) Crônica escrita por Alessandro Borges no dia 15/11/2000 numa época de reflexões, um afago quanto ao "real " de nós.