terça-feira, dezembro 12, 2006

Mundo Novo

Os caminhos já se encontraram na harmonia de um sonho que se encontrou na idealização de um amanhã confortante e cuja espera acabara. Hoje voamos rumo a trajetos que de tanta magnificência se sucumbiram nas certezas que assumimos quando realçamos as pinceladas de uma tela que remeta a satisfação pessoal, temos a causa, a conseqüência e a vida posta em patamares que nos remetem as grandes veredas de um caminho majestoso e excitante.

Na vida o azul de um céu que se mostra uma diva sedutora, a brisa, o frescor de um desejo que nos alegra, a celebração do cosmos pela realidade que agora se expande rumo ao topo das vontades, muito desejo, intuição que realça o corpo quando se possui a mente, desejo que se sacia na “lisergia” de termos encontrado as portas que levam à real pretensão que nossas vidas assumem.

No sonho somos os magos de universos infinitos, somos a luz que irradia toda a energia de uma gratificante jornada pelo “eu quero mais”, a lentidão do prazer pleno, o caminhar que não nos remeta cansaço, a vitória sempre inevitável. O eu quero, o eu posso e o eu conquistarei.

Se precisávamos de alimentar o ego que se desnutria pela incerteza, abarrotaremos o estômago de satisfações crescentes no intuito de nunca mais assumirmos posturas reservadas quanto ao “talvez”. Somos a nova safra, a nova verdade, o realçar das tintas que foram restauradas no intuito de uma exposição que irradia a beleza, a leveza e a plenitude de sermos o “agora e para sempre bem”.

Quão lindo é o mar das ironias quando estas são vencidas pela real verdade que se escancara quando nos damos por vencidos, dizimamos as frustrações e vivemos as satisfações, a solução sem a martirização, a pretensão sem a inibição, o pudor que se explicita quando nos sentimos à vontade, a luz que mesmo quando a vela se esgota permanece em nossas mentes, nos mostrando que os caminhos são fáceis de ser trilhados mesmo de olhos bem fechados, são o mapa astral de nossa vontade, de nosso eterno preocupar, do procurar e encontrar respostas simples para situações realmente complicadas. O real sentido, a verdade de sentimentos que não comandamos, a energia de estar, fazer e conquistar.

Somos o camaleão das remotas possibilidades, somos o leão que devora as desistências, somos a vida que a morte morre de medo, um “deus” que coordena universos pessoais, criando, transformando e resolvendo possibilidades possíveis. O néctar dos sonhos que tratam a fantasia como uma tutora proeminente à razão, o sentido, a noção, a energia que sempre fluirá nos oceanos que se cruzam na eterna jornada velejada pelo navio chamado consciência e cujos marujos têm pseudôminos de ideais, posturas e descrições.

O intuito é o agora me limpei, a vontade é a sujeira que cheire bem, é olhar para o alto e avistar que o caminho restante para a escalada são apenas algumas rochas a mais para nos apoiarmos, é olhar para baixo e ver que o que passou já não nos preocupa. Um mundo novo, uma vida nova, um olhar para dentro, outro para fora, o sentir em níveis nunca conquistados, a realidade que através de sonhos mágicos se concretizam no estampar da perseverança, a vida que após testes e promessas agora se diz preparada: o caminhar lascivo, o entrelaçar de nossos corpos, nossa mente, nossa eterna casualidade que se emancipa pela vontade constante de nos encontrarmos por nós mesmos em alguns momentos e nos perdermos em outros.

Ao agora retrato a trouxa de roupa suja, ao amanhã realço a seda que de tão leve toque nos escancara a alma para a exposição involuntária das profundezas dos mares que nos possuem. O que se quer, o que se quis e o que iremos querer está nas respostas a anseios pessoais; somos a verdade que clama através de nossas mentiras, somos a realidade que só é possível através dos sonhos, somos um mundo infinito de soluções que o tabuleiro e o adversário guiam rumo ao xeque, depende apenas de nossos devaneios a postura pela qual nos afastamos de nossa sinceridade por nós mesmos.

O mundo novo é a vontade nova, a arma que se destaca de tantas outras que não vingaram por munições sem propósitos, a paixão que devora o desejo por ser mais constante, a vida que se escondia em vestes pobres e agora se realça por um glamour que exala à primavera, o florescimento das novas soluções, das novas propostas, do novo algo que surge pela subsistência que quer ser esquecida por ser realmente superior enquanto energia. Ao sonho, à utopia de sermos os astros que realçam as pinceladas da tela chamada vida, à realidade de assumirmos, de sucumbirmos e de ressuscitarmos de nossas carências, ao show de encontros e desencontros dos amantes e amados, ao curti e quero mais.

(*) Esta crônica foi escrita por Alessandro Borges em 06/06/2003. Um afago sobre a vontade, o desejo e a celebração a nós mesmos.