terça-feira, novembro 29, 2005

Visão Geral

Quer se viver a virtude, sentindo a solitude que realce as verdadeiras intenções da carne. Os sons de uma nova proposta, o anseio saciado pela busca conquistada. Brilhar, forjar o aparecimento celeste em prol de uma emancipação profana.
Sorrir, sonhar, preparar o amanhã buscando na noite o néctar de uma sedução esplendorosa. Força, físico, beleza transcendental que se firma no espiritual. Matar a própria iniqüidade, ressuscitar a vontade de uma aceitação coletiva. Tocar, sentir, possuir qualquer vida em prol de uma possessão pessoal.
Acenar para incendiar o desejo exposto em olhos que ditam verdades involuntárias. Prazer, luz, plenitude que expõe almas como consumistas de um cosmo que se eterniza em momentos íntimos. Voamos para os céus, buscamos a visão geral, experiência, vida que simpatiza com respostas.
Anseio, liberdade para amar, planejamento para sanar qualquer dor. Sentimentos que se realçam na castração de virtudes ambíguas. Paz, temor, temperança que não se esvai. Encontro que traz à tona as reais significações de uma existência.
Onde foram parar os ciclos que circundam nossos momentos de alegria? Se quer viver a paz, o encontro com algo que permitimos ou não brilhar em um por do sol lindo e eterno. Quantas metáforas seriam necessárias para o realçar de um entendimento camuflado pela insegurança de uma selva. Mistério, sedução, compaixão, desejo e vontade de crescer rumo ao desconhecido mundo dos ausentes.
Quem quer ir ao encontro, quem quer falar de algo novo, quem quer se saciar através de um orgasmo mútuo? Todos, será? As chances são dadas pelo tudo em resposta ao nada, a batalha
de gigantes que não cessa até o desfalecer geral. Quem cai? Nós, eles, os outros que se vingam de qualquer silêncio voluntário. Medo. Plenitude. Sabedoria. Egoísmo. O tudo e nada no comando de uma existência completamente sombria.
Se quer querer, se quer se querer, se quer viver de querer ser querido. Quanta coisa a dizer àqueles e estes que noz fazem felizes e tristes. Se caminha, se segue, trilham-se caminhos, às vezes obscuros e às vezes tão claros que a cegueira surge como uma resposta aos nossos anseios. Vive-se a vida, exalta-se a morte, promove-se a exuberância de uma paz ilusória, quais são as razões de um livro sem consulta, de um amigo ausente, de uma voz que nega qualquer relação pessoal, queremos a realidade, o prazer, a energia que se dissipa, mas que sempre é gerada novamente, queremos luz, o cosmos e o karma camuflados em prol de um esconderijo atribuído a poucos personagens.
Viva os protagonistas, neles estão as respostas de toda uma existência, a virtude, a inocência, a sedução, o alcançar de um trajeto almejado. Sejamos os pais, ao invés dos filhos. Sejamos a alma à carne. Sejamos os céus ao inferno. Sejamos o diálogo ao monólogo. Sejamos a luz e esqueçamos as trevas. Paz, esperança, amor e um pouco de loucura é claro!
(*) Esta crônica foi escrita por Alessandro Borges no dia 21 de fevereiro de 2002, relatando uma visão geral sobre a nossa existência....

2 comentários:

Anônimo disse...

O interessante nesta crônica é a presença constante de uma dualidade viceral, explico:
algumas passagens referem-se a conquista do futuro, "...quem quer falar de
algo novo..." no entanto, a pergunta provocativa está presa a ecos do
passado,um tipo de perseguição das vanguardas q mudaram o pensamento
artistico e cultura do planeta não sei se elas ainda surtem efeito, numa
sociedade cujo o pensamento está tao atrelado aos poderes consumistas e
imperialista, aos quais a liberdade de pensamento permanece, desde aqueles
tempos de revolução e rebeldia, tão (in)felizmente adormecida ... o texto
segue com a mesma temática em "...exuberância de uma paz ilusória" busca-se
algo inatingível, quase q possivel somente metaforicamente e porque nao
metafisicamente, o kosmos, ...algo perdido sabe, sem volta. ao final surge
um tom de manifesto ou admiração nao contida, "viva os protagonistas", nesse
momento me pergunto será possivel confiar neles? o q eles propunham nao
ficou preso na armadilha do sistema que eles próprios ameaçavam, ou
despresavam?...bem estou apenas devolvendo a bola provocativa, afinal
metaforicamente falando acho também que "o futuro tem um sabor antigo"...são
as armadilhas amigo, as quais devemos nos livrar a cada minuto de nossa
insignificante existencia.
bom texto, parabéns!

Flyinghard Land disse...

É isto mesmo Clebão...o grande barato de se manter um diálogo crítico é realçar a sabedoria de uma coletividade que se traduz na percepção do que é realmente importante...valeu e mantenha seu ponto de vista quanto às crônicas...sua opinião é indispensável para a nossa criação...