segunda-feira, janeiro 23, 2006

Rolling Stones

Biografia

Os Rolling Stones foram uma das mais importantes bandas da história do Rock. Enquanto os Beatles, da mesma época, cantavam a paz e letras de amor, eles pregavam a rebeldia, sexo e diversão.
A banda teve início por volta de 1962, em Dartford, Inglaterra, quando os amigos Mick Jagger e Keith Richards, foram convidados pelo guitarrista Brian Jones a montar uma banda de rhythm & blues, que se chamaria The Rolling Stones (nome tirado da canção "Rolling Stone", de Muddy Waters). O pianista Ian Stewart e Bill Wyman completavam a formação.
Esse line up durou apenas 1 ano: Ian Stewart virou roadie do grupo e Charlie Watts assumiu as baquetas. Começaram a se apresentar em vários clubes londrinos e conseguem o primeiro contrato com a Decca Records. O primeiro single saiu no mesmo ano, e trazia uma regravação da música de Chuck Berry, "Come on", junto com a música "I Want To Be Loved" de Willie Dixon e um cover da dupla Lennon e McCartney, "I Wanna Be Your Man".


O publicitário e empresário dos Stones, Andrew Loog Oldham, começa a associar o nome do grupo ao proibido, ao errado, ganhando assim mais espaço na mídia. Cria a campanha que trazia a pergunta "Você deixaria sua filha se casar com um Rolling Stone?", e ganha de vez o público que não gostava dos Beatles.
O primeiro álbum, chamado "The Rolling Stones", saiu em 1964, e apenas uma das músicas era de autoria de Jagger e Richards. O material escrito pela dupla, só começou a ganhar espaço em "Out Of Our Heads", de 1965.


Mas foi somente no ano seguinte, com "Aftermath", que o grupo iniciaria uma nova fase em sua carreira. É que o álbum foi o primeiro a trazer composições totalmente inéditas. Nessa época, alguns episódios como o do apresentador Ed Sullivan, que jurou que eles nunca retornariam ao seu programa, notas na imprensa condenando as atitudes da banda e a prisão de Jagger por porte de "pílulas ilegais", só serviriam para divulgar o grupo e a aumentar a fama de "incorrigíveis", ostentada por eles.
O sucesso dos Stones crescia a cada álbum: Com a forte influência do psicodelismo em "Their Satanic Majesties Request", de 1967; na volta ao R&B do início da carreira em "Beggars Banquet", de 1968; mantendo o estilo em "Let it Bleed", 1969 e com o ao vivo "Get Your Ya-Ya's Out" de 1970. Nesses dois últimos, Brian Jones já havia sido substituído por Mick Tailor.
Pouco tempo depois, Jones foi encontrado morto, afogado na piscina de sua prória casa. Em 1971, a banda passa para a Atlantic Records. Cria um o selo próprio, o Rolling Stones Records, e o famoso logotipo da boca com a língua pra fora, desenhada por Andy Warhol, que também assinaria a arte de "Sticky Fingers", do mesmo ano.
O álbum duplo "Exile on Main Street" lançado em 1972, chegou a ser considerado uma das melhores gravações da banda e em contrapartida, "Goat's Head Soup", de 1973, foi considerado um dos piores.
Mais um clássico, "It's Only Rock and Roll" foi lançado um ano depois, em 1974, e Ronnie Wood (que tocava com a banda inglesa The Faces) substitui Mick Taylor, que resolveu partir em carreira solo. "Black & Blue" (1976), o ao vivo "Love You Live" (1977), e "Some Girls", de 1978, que foi, até então, o álbum dos Stones com maior vendas, fecham a década de 70 em grande estilo.
Iniciam os anos 80 com "Emotional Rescue" e, em 1981, deixam a a Atlantic Records para fazerem parte do cast da EMI. "Tatoo You", já com a gravadora nova, saiu no mesmo ano e foi um grande sucesso com os hits "Start Me Up" e "Waiting on a Friend".
As turnês tomam proporções gigantescas com shows de aproximadamente 3 horas de duração e super produções de palco. Apesar do sucesso de "Tatto You", a década de 80 foi marcada pelos desentendimentos entre Jagger e Richards e apesar dos álbuns seguintes "Still Life" (1982), "Undercover" (1983), "Dirty Work" (1986) e "Steel Wheels" (1989) não terem agradado o público, os shows continuavam lotados. Os Rolling Stones entram na década de 1990 com um novo contrato, dessa vez com a CBS.


Apesar de os conflitos entre os dois líderes da banda aumentarem, o ao vivo "Flashpoint", de 1991, mostra que eles continuam entrosados e fazendo ótimas performances. Em 1994, foi lançado o álbum "Voodoo Lounge", seguido por uma extensa turnê de mesmo nome. Nessa época, todas as gravações da banda foram relançadas em CD.
O álbum de 1995, "Stripped", trazia versões acústicas de vários sucessos e a regravação "Like a Rolling Stone", de Bob Dylan que fez muito sucesso. "Bridges of Babylon", de 1996, foi seguida de uma turnê mundial das proporções de "Voodoo Lounge", além de uma ponte que ligava dois palcos, que faziam parte do cenário dos shows.
A coletânea dupla "Forty Licks" foi lançada em 2002 e trouxe algumas músicas inéditas como "Keys To Your Love" e "Stealing My Heart". Em 2005, o disco deu nome a um DVD quádruplo com previsão de lançamento para novembro. A caixa especial reúne shows do grupo em Londres, Nova York e Paris, além de um documentário sobre a trajetória dos Rolling Stones. A compilação traz ainda músicas como “Monkey Man”, “Rocks Off”, “Love Train” e “I Can’t Turn You Lose”, que nunca foram gravadas ao vivo.
Apesar de todos os problemas e desavenças pessoais, os Rolling Stones deixaram seu nome marcado pra sempre na história do Rock, atravessando décadas, encantando e atraindo diferentes gerações.
Os discos abaixo são uma mostra do que há de melhor nos Stones...


Discos

(1967) Flowers


01 Ruby Tuesday (3:19)
02 Have You Seen Your Mother Baby (2:36)
03 Let's Spend The Night Together (3:40)
04 Lady Jane (3:12)
05 Out Of Time (3:45)
06 My Girl (2:42)
07 Back Street Girl (3:29)
08 Please Go Home (3:20)
09 Mother's Little Helper (2:48)
10 Take It Or Leave It (2:51)
11 Ride On Baby (2:56)
12 Sittin' On A Fence (3:03)

(1968) Beggars Banquet


01 Sympathy for the Devil (6:18)
02 No Expectations (3:56)
03 Dear Doctor (3:22)
04 Parachute Woman (2:20)
05 Jigsaw Puzzle (6:06)
06 Street Fighting Man (3:16)
07 Prodigal Son (2:52)
08 Stray Cat Blues (4:37)
09 Factory Girl (2:09)
10 Salt of the Earth (4:47)

(1969) Let It Bleed



01 Gimmie Shelter (4:36)
02 Love In Vain (4:22)
03 Country Honk (3:10)
04 Live With Me (3:36)
05 Let It Bleed (5:34)
06 Midnight Rambler (6:57)
07 You Got The Silver (2:55)
08 Monkey Man (4:15)
09 You Can't Always Get What You Want (7:30)

(1970) Get Yer Ya-Ya's Out (Live)


01 Jumpin' Jack Flash (4:02)
02 Carol (3:46)
03 Stray Cat Blues (3:46)
04 Love In Vain (4:56)
05 Midnight Rambler (9:04)
06 Sympathy For The Devil (6:51)
07 Live With Me (3:02)
08 Little Queenie (4:33)
09 Honky Tonk Women (3:34)
10 Street Fighting Man (4:03)

(*) Esta coleção faz parte do acervo de Alessandro Borges, os arquivos e seus direitos autorais são de propriedade de "Rolling Stones" e seu uso é de responsabilidade de quem efetuar os downloads.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Chamado Interno

Somos a certeza de um sonho que se reflete na luxúria de sermos insaciáveis, a maneira mais conveniente de nos encontrarmos dispersos em vários oceanos de prazer. O descontrole concebível em realizações há tanto esperadas, sonhos e vontades, o encontro aos braços que podemos chamar de repleta rendição, a total harmonia entre o querer e o fazer, a conciliação anunciada do amor, da esperança e da realização de uma mínima parcela de vontade.
Suplicamos aos deuses as nossas divas, relembramos momentos e às vezes vivemos através deles. O sou já não é real, o estou seria a certeza do querer fazer valer, pra si, pra ti e para o tudo que tanto desejamos.
Ó jornada, ó esplendor de querer fazer, desejar, sonhar, viver, refletir em momentos de aceitação as vontades que tanto desejamos saciar. Hoje e amanhã, sempre. Velejemos e nos encontremos, caminhemos rumo ao desejo que nos incendeia, conquistemos o espaço que nos fascina tanto, na vontade, na certeza, na carência que desejamos ser preenchida pela lealdade de um amor confortante.
Querer o bem querer, cantar o canto que através de uma cantoria nos retrata a imortalidade de um momento. Seria de nós a certeza de que podemos nos possuir? De nos amar, de nos assumir, de nos encontrar em momentos cruciais para a nossa pretensão de amar, gozar a vida e dela se realizar?
Sonhar, viver, sorrir, e nunca partir. Querer, pedir, implorar, e sempre querer uma segunda oportunidade para ser feliz. Desejo, intimidade e retribuição nos fazem pensar no quanto seremos se pudermos. Somos o véu que esconde rostos, a certeza que deve ser revelada, a carne que através da sua prova nos remete o quanto precisamos de nos encontrar enquanto meros seres deste grandioso universo de soluções.
Quem nunca desejou ser agraciado? Quem sempre desejou a solidão como uma parceira confidente? Quem se arremessou sem mirar o alvo ao qual se desejava conquistar? Queremos as respostas, viver as certezas, sentir as múltiplas faces da realidade. Às vezes sofrer e às vezes se anestesiar pela satisfação de sermos e querermos, de pensarmos e falarmos, de amarmos e sermos amados, de vivermos e de nos consolidarmos enquanto meros fantoches da divindade suprema.
Em relação à supremacia dos deuses de galáxias infinitas, sejamos a divina coerência entre as mãos que nos coordenam, e as mãos que nos querem conter em terra firme, querendo cortar as cordas de uma ligação superior, no intuito de garantir o gozo de um espírito terreno, que já não precisa de tanta luz para os seus passos. Apenas um abraço amigo, um gesto de alegria, uma eternização do bem querer.
No caminho de nossas vidas, nossas trilhas, nossas vontades, nossos conceitos, tudo faz parte da diferença básica que nos remete à anunciação feita acima da montanha das verdades, somos o que nos faz acreditar que podemos, os atores que precisam de aplausos, os pais que só através de filhos que os amam se sentem confortados, o aperto de mão que necessita do calor de outra, a vontade que se realiza pelo seu saciar, o sonho que quando vira realidade se torna a constante realização pessoal que tanto desejamos.
Na loucura. Na sanidade. Na certeza de haver uma necessidade. Na incerteza de desejar o “talvez proibido”. Na fantasia de ser o agora, pensar o futuro e ouvir os passos que ainda não demos.
Todos são os seus próprios preceitos; tudo é sentimental; a realidade, uma eterna escrava de nossas reais pretensões; a fantasia, nossa “senhora” tão respeitada e que nos coordena através da vida; nosso tempo, a ampulheta que na sua cronologia nos indica os passos a serem seguidos; o sorriso, a gratificação dada aos deuses pela conquista, pelo amor e pela harmonia da beleza contida na satisfação.
Somos o grito, clamamos por vontades escondidas, em vestes, em sonhos e mesmo na mais remota idealização de vida: o nosso partido, a grande vez, o eterno pensamento que nos faz sonhar o tempo todo com situações que poderiam ser. Estamos para nós, estamos para todos, vida pra mim e pra ti, felicidade para aqueles e para os segundos que ainda não chegaram. Desejo, força, amor e esperança. Realizados estamos, e nos saciemos pelo quanto somos, pelo quanto fazemos e pelo quanto ainda faremos.
(*) Esta crônica foi escrita por Alessandro Borges no dia 18 de abril de 2003, relatando uma real explanação sobre um sentido para os nossos afagos....